Reprodução das Termas do Imperador Caracalla
Olá!
Que prazer rever você em nosso espaço. Bom como você já percebeu nesses
dias que se passaram nós já estamos tratando da Queda do Império Romano
do Ocidente. Então nessas últimas postagens a respeito de Roma, iremos
nos despedir do assunto... bom não é bem uma despedida, afinal agora que
você começou a ver Feudalismo, acredito eu que começa a entender como era importante saber sobre os romanos não é mesmo ?
Pensando
nisso eu preparei um estudo aqui para o nosso Blog a respeito de outro
aspecto da sociedade romana e que esta bem próxima de nós também: a
vida em cidade. A ideia é que você aluno(a) tenha a dimensão do que foi a
mudança da vida nos grandes centros para o campo no processo de
ruralização que vai se iniciar com o abandono das cidades por causa das
invasões dos povos bárbaros (fica aqui o lembrete para que toda vez que
esta palavra apareça - "bárbaro" - você tenha claro em sua mente, a
discussão que fizemos em torno de seu significado para os romanos).
Uma
primeira ideia que eu quero discutir com vocês é uma invenção que os
romanos vão usar e que vai ajudar tanto a forma de construção, que até
os dias de hoje ainda a utilizamos: o concreto
Concreto
é uma espécie de mistura de rochas, que quando endurecido se reforça
numa rocha ainda mais sólida. Você faz isso através da mistura de cal
,argila, areia, cascalho e água. A cal é, basicamente, as cinzas de
calcário, é o que você obtém quando queima calcário ou mármore. Cal,
argila, água misturada fazem o cimento, e então se você misturar o
cimento com areia e cascalho obtém o concreto.
As
pessoas têm utilizado o concreto por um longo tempo, o uso mais antigo
que conhecemos é o vestígio de um piso duro para uma casa no leste da
Europa (atual Sérvia), feito por volta de 5600 a.C. Os egípcios,
mesopotâmios, chineses e gregos sabiam como fazer concreto, mas eles não
chegaram a usá-lo muito. Os romanos começaram a usar um monte de
concreto em suas construções a partir do imperador Nero, 60 d.C., e eles
usaram-lo mais e mais a partir de então, geralmente como revestimento
para os tijolos das construções.
Após
a Queda de Roma, nenhum Império do Oriente, nem os reinos europeus que
surgiram voltaram a usar tanto concreto quanto os romanos, pois
preferiram construir com pedra. Só em períodos mais recentes de nosso
História (que estudaremos ainda este ano), o concreto voltou a figurar
como um dos requisitos básicos de uma construção.
Uma
das últimas grandes construções romanas a utilizar o concreto (no
revestimento dos tijolos) é a Basílica de Maxentius e Constantino (se
lembra dele ? falamos em aula já bastante a seu respeito). Veja as
imagens logo abaixo:
Além
do concreto para o revestimento os romanos também usavam pedras. O
mármore e o travertino (ou tufo calcário). Onde fosse muito caro usar
mármore seria usado o travertino. Um dos melhores exemplos do uso do
travertino é o Colisseu.
Na imagem o travertino é a rocha branca entre os tijolos do Colisseu
A
maioria das pessoas no Império Romano viviam com sua família inteira
em um quarto numa espécie de apartamento. Estes foram construídos, como
muitos prédios de apartamentos baratos populares, cerca de dois ou três
lados, mais um pátio, e com um ou dois andares de altura. Os outros
lados do pátio tinha muros altos para impedir a entrada de assaltantes.
Hoje nós usamos esses pátios para estacionamento, mas povo romano e em
geral foram utilizados como o espaço para cozinhar, e para as crianças
brincarem.
Em
geral foram construídos a partir de tijolos de barro, com telhados
planos. Pessoas ainda mais pobres que viviam nas cidades romanas, por
vezes, tinham este tipo de apartamento ou ainda uma espécie de "barraco"
ou "puxadinho" de madeira ou tijolos mas sem o pátio. Este tipo de
construção recebia o nome de "insulae".
Ainda
existe aqui aquela divisão que deixamos bem clara entre os patrícios e
os plebeus. Isso ficará ainda mais claro na continuação de nosso texto.
Observe como as casas e espaços reservados aos patrícios são luxuosos e
fazem da vida uma verdadeira festa dos sentidos humanos.
Na média comum, uma casa de uma família rica romana (o "domus") teria as seguintes divisões:
Vestibulum: Entrada da casa
Atrium: *(vamos falar muito desta parte logo abaixo na postagem...continue lendo)
Tenda: Espaço coberto para tomar sol
Cisterna: fonte de água dentro das casas para banhos
Tablinum: Sala de visitas
Cubicula: Quarto
Peristilo: Jardim interno
E
que tal uma visita virtual a este espaço do passado ? Topa ? Bom
precisa que o seu computador tenha uma conexão bem rápida de internet e
aquele nosso programa para imagens já conhecido nosso aqui do blog, o
"Flashplayer". Se estiver tudo "ok", acesse clicando no link abaixo,
então:
Bom,
se você não tem uma conexão tão boa, não se preocupe. Assista logo
abaixo a um video que recria o mesmo gênero de reprodução de uma
residência romana. Confira:
Incrível não é mesmo ? A tecnologia a serviço do aprendizado é realmente uma ferramenta muito útil.
Que tal explorar um pouco mais a respeito dessa vida luxuosa dos romanos na cidade ? Vamos lá então...
Cena
da roma antiga: acomodados em lectus, de costas para o peristylium,
cidadãos romanos admiram uma escultura em uma típica casa romana. (A
Roman Art Lover II, by Alma-Tadema)
Os
romanos ricos se reclinavam em suntuosos divãs em torno de uma mesa,
para fazer suas refeições. Este tipo de cadeira ou sofá é chamado de
lectus. O lectus, foi talvez o ítem mais importante do mobiliário
romano, era usado para dormir, sentar, relaxar e comer.
Original Lectus (leito para a refeição): feito de madeira e ornamentos de bronze, século II
O
lectus tinha uma armação de madeira com tiras de couro que mantinha um
colchão recheado com palha ou lã, ou penas. Em uma extremidade do lectus
sempre havia um braço, embora muitos desses sofás também tivessem
encosto e dois braços. O lectus se tornou ainda mais confortável com a
adição de travesseiros, almofadas e colchas confeccionadas com os
melhores tecidos.
Detalhe: Lectus, o assento reclinado usado pelos antigos romanos.
As
pernas do lectus eram muitas vezes decoradas com metais preciosos ou
feitas de marfim. O costume de reclinar-se na hora da refeição foi
introduzido pelos gregos. No ínicio era permitido apenas aos homens o
ato de reclinar-se ao comer, depois foi permitido também as mulheres,
(das mulheres se esperava algum recato: sentar-se no sofá para comer, ao
invés de adotar uma posição reclinada).
O Lectus servia para diversas funções e constituem a base do estilo romano no mobiliário.
Os romanos pobres ou escravos, comiam em mesas e cadeiras normais.
Principais denominações:
Lectus triclinarius: Leitos para refeição no Triclinium
Lectus cubicularius: Leitos para dormir.
Lectus genialis: Leitos para núpcias
Lectus lucubratorius: Leitos para estudar.
As
Rosas de Heliogabalus. A pintura é inspirada em um episódio da vida do
imperador romano Heliogabalus e descrito na História Augusta: Durante a
refeição, ele fez cair sobre seus convidados, inundações de pétalas de
rosa, e alguns morreram afixiados, soterrados pelas flores. No primeiro
plano da pintura, o destaque são os convidados reclinados, cobertos com
pétalas. Ao fundo, Heliogabalus visível com um manto e uma coroa de
ouro, junto com sua mãe Julia Soemia. Atrás deles, um tocador de flauta
(tíbia) e uma estátua de Dionísio. Nome original, The Roses of
Heliogabalus, pintado em 1888 por Lawrence Alma-Tadema.
O Triclinium era a sala de jantar formal na casa romana.
Triclinium
(Reproduction): Triclinium era uma sala reservada às refeições, com
três leitos dispostos à volta de uma mesa; em cada leito cabiam três
pessoas.
Os Romanos, que antes comiam sentados, passam, por influência grega, a tomar as suas refeições reclinados (deitados).
O jantar era um ritual na vida dos antigos romanos e durava desde o fim da tarde até a madrugada.
Para
mostrar a importância do espaço, o triclinium era decorado com mosaico
ou afrescos nas paredes. Deuses e mitos eram muito comuns na decoração
dos cômodos.
Durante o banquete, canções e danças eram usados para entreter os convidados.
Triclinium (Reprodução)
Triclinium Romano (Reprodução)
A
decoração era luxuosa e, por vezes, exagerada. ( em algumas casas ricas
existiam mecanismos no teto que derramavam sobre os convivas flores e
perfumes.)
A
pintura é inspirada em um episódio da vida do imperador romano
Heliogabalus e descrito na Historia Augusta. Heliogabalus convidou
alguns de seus conhecidos ao jantar. Antes preparou um teto falso lotado
com pétalas de rosas. Durante o jantar, ele fez cair sobre seus
convidados, inundações de pétalas, alguns deles morreram de asfixia. No
primeiro plano da pintura, o destaque são os convidados reclinados,
cobertos com pétalas. Ao fundo, Heliogabalus, visível com um manto e uma
coroa de ouro, junto com sua mãe Julia Soemia. Atrás deles está um
tocador de flauta (tíbia) e uma estátua de Dionísio.
Em muitas casas podem existir vários
triclinium (áreas de refeições) permitindo que a família escolha o
quarto em que se deseja jantar.
Dinner by Alma-Tadema
Between Hope and Fear by Alma-Tadema
Ruínas do Triclinium na Casa Julia Felix, Pompéia, Itália
Peristylium, Casa della Venere in Conchiglia em Pompéia, Itália
O
Peristylium era um pátio aberto, com um jardim ao centro incorporado à
própria casa. Este jardim interno era rodeado por colunas que
sustentavam o telhado e suas paredes interiores eram muitas vezes
cobertas por pinturas ou mosaicos muito elaborados.
Ruínas do Peristylium: Casa dei Vettii em Pompéia, Itália.
Ruínas do Peristylium (jardim).
Esta réplica do Peristylium mostra como agradável poderia ser o ambiente nesta parte da casa.
No
Peristylium eram cultivados ervas, arbustos e flores, especialmente
rosas, violetas e lírios. Era decorado com pequenas fontes, pequenas
esculturas, bancos, e até viveiros de peixes.
Ruínas de Pompéia: Peristylium na Casa della Piccola Fontana.
Detalhe: Ruínas do Peristylium na Casa della Piccola Fontana em Pompéia, Itália.
Peristylium:
Plantas exóticas e belas flores cresciam protegidas do vento pelas
paredes. (Ruínas do Peristylium na Casa do Fauno em Pompéia, Itália.)
Ruínas do Peristylium na Casa Citarista: Grupo de pequenas esculturas de bronze.
Como
os romanos apreciavam a vida ao ar livre e as belezas da botânica, o
Peristylium logo se tornou o centro da vida doméstica romana nas casas
elegantes e ricas, e o Atrium (a entrada da casa) ficou restrito à
funções sociais mais formais e políticas.
De
origem na arquitetura grega, o Peristylium foi reproduzido nas casas
romanas, se tornando uma importante parte da residência. (Pintura de
Alma-Tadema)
Em dias ensolarados, o Peristylium era usado como área de jantar e lazer. (pintura Alma-Tadema )
A nossa reprodução até aqui tem se baseado em vestígios. Mas de onde surgem estes ecos do passado ?
A
grande maioria do conhecimento que temos a respeito da moradia romana,
vem do que foi preservado da cidade de Pompéia, soterrada pela lava e
cinzas vulcânicas. Veja o exemplo a seguir:
Pompéia, Casa de Ottavio Quartione
A
Casa de Ottavio Quartione (ou Octavius Quartius), era um setor
residencial de luxo e possuia o maior e mais bem elaborado jardim de
Pompéia.
Ruínas
da Casa di Ottavio Quartione: A vista do jardim oferecia uma fonte de
água exclusiva em forma de T, e suas bordas eram cobertas de estátuas
Pórtico
em ruínas no Peristylium na Casa di Ottavio Quartione: No canal os
arqueólogos encontraram uma Ísis em mármore, estátuetas de vários deuses
egípcios em argila terracota vitrificada. Todos estes instrumentos
foram provavelmente usados em cerimônias e rituais .
Reprodução da Casa di Ottavio Quartione: O jardim não precisava temer comparação com os palácios de Roma.
Ruínas:
Parte do sistema de água era fornecida não apenas pela fonte na parte
superior do canal, mas também por uma ligação à rede de água pública.
Isso porque depois do grande terremoto, a rede de abastecimento foi
destruída. No entanto, este jardim estava em obras durante a catástrofe
do Vesúvio, pois foram encontradas peças e tubos novos ainda não
instalados.
Reprodução
do Jardim da Casa di Ottavio Quartione em Pompéia. Esta reprodução é um
exemplo de como o Peristylium romano poderia ser elaborado e luxuoso,
com fontes decoradas que rodeavam o jardim.
Ruínasdo Peristylium na Casa de Octavius Quartio: Fontes que se estendiam por todo jardim.
Como pode se notar a casa romana era extremamente rica em detalhes e cores. Mas e o espaço público de ricos patrícios ?
Bom,
os romanos como a animação mostrou e as imagens apontam, davam um
grande valor a possibilidade de ter em suas casas, água limpa e
corrente. A melhor evidência deste conceito no espaço público são as
casas de banho, espaços para relaxamento e política também...
The
Baths of Caracalla, pintado por Alma-Tadema. O magnífico Termas de
Caracalla, citada como uma das sete maravilhas de Roma, famosa pela
riqueza de sua decoração e pelas obras que continha. Forrado de mármore e
imenso como um palácio, podia acomodar mais de 1.500 pessoas. Em suas
dependências haviam bibliotecas, pátios, piscinas e instalações
desportivas.
O Atrium (ou
Átrio) era a entrada principal da casa romana. Era em torno do Atrium,
que se desenvolvia os outros cômodos da casa. O Atrium fornecia a luz
necessária às divisões que o circundavam; nomeadamente: o Triclinium;
utilizado para as refeições. O Tablinum; escritório do dono da casa,
utilizado como sala de reunião com pessoas que não fossem da família.
O Cubiculum; quartos de dormir, e, apenas nas casas mais ricas:
O Balneum; verdadeiros termas romanos em escala menor. Muitas casas
romanas ainda tinham um segundo Peristylium, o jardim.
As
casas romanas possuíam duas utilizações distintas ao longo do ano. O
inverno era vivido no Atrium, com o sol a penetrar pelo Compluvium, e o
Verão era aproveitado à sombra fresca da galeria do Peristylium.
Réplica de um Atrium romano clássico: O Compluvium inundava a casa de luz.
No
verão, o Atrium exercia uma função mais formal na casa romana, ficando
as atividades de lazer restritas ao Peristylium. O lazer no Atrium
acontecia apenas no inverno, no caso desta pintura de Gustave Boulange,
um concerto de flautas. (The Flute Player, 1861.)
O
Atrium era construído com todo o esplendor e magnificência que a
riqueza do dono permitia. As características mais evidentes do Atrium
eram o Compluvium e o Impluvium.
No Atrium exemplos de Compluvium e Impluvium
O Impluvium é
uma rasa bacia de mármore, ricamente esculpida e decorada com figuras
em relevo. Era destinado à coleta da chuva que caia pelo Compluvium. As
colunas de suporte eram feitas de mármore ou cara madeira. Entre esses
pilares, ao longo das paredes, estátuas e outras obras eram colocadas.
Junto ao impluvium, quase sempre havia um chafariz de mármore.
O Compluvium era uma pequena abertura no telhado, feito para permitir a entrada de luz natural em todos os cômodos da casa.
A
decoração do Atrium nas casas da roma antiga impressionava pela riqueza
de mosaicos e afrescos. (Reprodução digital da Casa di Paquius Proculus
em Pompéia, Itália)
Ruínas do Atrium na Casa dei Cei em Pompéia, Itália
Ruínas do Atrium na Casa do Fauno em Pompéia, Itália
Ilustração hipotética do Atrium na Casa del Fauno (The House of the Faun) em Pompéia, Itália.
O Impluvium era
uma piscina rasa afundada no chão para coletar a água da chuva. Alguns
exemplos em ruínas estão muito bem decorados. A abertura no teto acima
do impluvium, chamado de Compluvium e suas maneiras de se apoiar, é que
se percebe os estilos diferentes de Atrium.
Ruínas de um Impluvium: Sempre em mármore trabalhado, coletava a água pluvial proveniente do Compluvium
Na pintura neoclássica The Discourse, Alma-Tadema recria em detalhes o mármore e os relevos do Impluvium.
Denominações de Atrium
Tuscanium Atrium:
Este tipo não tinha colunas. O peso do teto era sustentado por vigas,
embora caro para construir, este parece ter sido o tipo mais
generalizado de Atrium na casa romana.
Tetrastylum Atrium: Este tipo tinha uma coluna em cada canto do impluvium.
Corinthium Atrium: Este tipo era semelhante ao tetrastylum mas tinha uma maior abertura no teto e um maior número de colunas.
Displuviatum Atrium: De telhado inclinado, não conseguia conter grandes chuvas, que fugiam para outros pontos que não dentro do impluvium.
Testudinatum Atrium: Este Atrium nao tinha nenhuma abertura em todo o teto e foi visto apenas em casas pequenas e de pouca importância.
Réplica: Atrium da Casa dei Dioscuri em Pompéia, Itália, fielmente recriada em Pompejanum, Alemanha.
Réplica: Atrium da Casa dei Dioscuri em Pompéia, Itália, fielmente recriada em Pompejanum, Alemanha.
O
Atrium era um cômodo ricamente decorado, no chão se assentavam mosaicos
elaborados e nas paredes, pinturas e afrescos. Quase sempre, abrigavam
um Lararium; pequeno “oratório” para os deuses do lar. Por vezes, era
também no Atrium que se expunha o busto do dono da casa.
“No Atrium, o cidadão recebia seus clientes.
No Atrium, parabenizava-se o marido por seu casamento.
No Atrium, o corpo do cidadão se despedia do mundo, quando o orgulho da vida acabava”
Um
elaborado Impluvium: Relevos em mármores e estátuas mitólogicas. (At
Maecenas Reception, pintado por Stepan Bakalovich, 1890.)
A
pintura neoclássica recriava artisticamente a atmosfera da antiguidade.
(A Pompeian interior, pintado por Luigi Bazzani, 1882.)
Percebeu que a água é simbolo de status entre os romanos na cidade ? Vamos explorar então um pouco mais a respeito.
Thermae: Os Banhos na Roma Antiga
Os
romanos frenquentavam diariamente o Thermae e permaneciam nas suas
dependências por várias horas. Ricos romanos iam acompanhados por um ou
mais escravos.
A
palavra em latim Thermae é o termo usado pelos antigos romanos para
designar os locais destinados aos banhos públicos. Os banhos públicos
tinham diversas finalidades, entre as quais a higiene corporal, a
terapia pela água com propriedades medicinais e recreação.
Embora
o uso de banhos públicos tenha sido iniciado pelos Caldeus, algumas das
primeiras descrições do hábito de frequentar termas no mundo ocidental
vieram da Grécia.
Os
Gregos utilizavam pequenas banheiras e lavatórios, para higiene
pessoal. Alguns exemplos eram os banhos no complexo do palácio de
Cnossos, em Creta, e as banheiros de luxo escavados em Akrotiri,
Santorini, ambos construídos em meados do segundo milénio antes de
Cristo. Os minóicos construíram banhos públicos em ginásios para
relaxamento e higiene pessoal.
A
mitologia grega precisou que certas fontes naturais e piscinas eram
abençoadas pelos deuses para a cura de doenças. Em torno destas piscinas
sagradas, os gregos criaram instalações balneares para aqueles que
desejassem a cura. Suplicantes deixavam oferendas aos deuses nesses
locais e banhavam-se na esperança de uma cura. Os espartanos
desenvolveram um banho de vapor primitivo.
Em
Serangeum, um balneum grego: câmaras balneares eram cortadas na encosta
onde brotavam fontes termais. Uma série de nichos foram cortados na
rocha para acomodar a roupas dos banhistas.
Os
gregos ultilizavam os recursos naturais do local, mas adicionavam suas
próprias comodidades, tais como as decorações e nichos. Durante a
civilização grega tardia, os balneum eram construídos frequentemente em
conjunção com campos de atletismo, Palaestra.
Os
romanos absorveram muitas das práticas balneares gregas, e
ultrapassaram os gregos no tamanho e na complexidade dos seus
banhos.Como na Grécia, o Thermae romano se tornou um lugar focado para a
atividade social e recreacional. Quando o Império Romano expandiu, a
idéia do banho público se espalhou para todas as partes do mediterrâneo e
em regiões da Europa e norte da África. Com a construção de aquedutos,
os romanos tinham água suficiente não só para uso doméstico, agrícola e
indústrial, mas também para os seus propósitos de lazer.
Reconstrução
virtual do Thermae romano em Weißenburg, Alemanha: Os banhos romanos
variavam de simples câmaras, à estruturas extremamente elaboradas, que
variavam em tamanho, arranjo e decoração.
Frequentar
os banhos públicos era uma das atividades mais comuns no cotidiano da
Antiga Roma, era praticado por todas as classes sociais, menos os
escravos. Enquantos os extremamente ricos construíam Balneum nas suas
casas, o banho dos romanos comuns ocorriam em instalações públicas
chamado Thermae.
A
população poderia frenquentar também banhos privados, mediante o
pagamento de uma pequena taxa. Porém estes Balneum não ofereciam o luxo
dos Thermae públicos.
Banhos
públicos (Thermae) eram muito mais magníficos e generosamente
equipados, havia bibliotecas, calçadas, piscinas e instalações
desportivas. O mais famoso de todos os banhos romanos, as Termas de
Caracalla, era forrado de mármore e imenso como um pálacio.
Os
banhos públicos de grande porte, chamados Thermae, eram propriedade do
Estado e muitas vezes cobriam vários quarteirões da cidade. A maior
delas, a Termas de Diocleciano, podia armazenar até 3.000 banhistas. As
taxas para os eram bem acessiveis, dentro do orçamento dos homens livres
romanos.
Ilustração
didática reconstituindo a Thermae romana: Os grandes Thermae romanos
ofereciam, além do ritual do banho, outras atividades como alimentação,
venda de perfumes, bibliotecas e salas de leitura, performances teatrais
e musicais. Na Palaestra, um espaço para exercícios e competições
esportivas, (corridas, levantamento de peso leve e lutas).
Il
Bagno Pompeiano, pintado por Domenico Morelli em 1861. Um Thermae
público era construído em torno de três salas principais: o Caldarium
(banhos quentes), o Tepidarium (ambiente quente) e o Frigidarium (banhos
frios).
Ao
tomar um banho romano, o banhista se expunha gradualmente ao aumento da
temperatura. Para realizar este ritual, todos os Thermae romanos
continham uma série de câmaras que ficavam progressivamente mais
quentes.
A
entrada era feita pelo Apodyterium, uma câmara onde o banhista trocava e
guardava suas roupas. Em seguida, o banhista seguia para o Frigidarium,
uma câmara com um tanque de água fria. Depois do Tepidarium (um
ambiente morno), finalmente, um banho quente no Caldarium.
Depois
de passar por estas etapas do banhos de imersão, o banhista retornava
ao Tepidarium para uma massagem com óleos e raspagem dos resíduos.
Alguns Thermae continham uma sala seca para repouso (Laconium) , onde o
banhista concluía o processo de repouso e sudorese.
Apodyterium- Vestiário.
Tepidarium- Ambiente morno. para descanso ou massagens.
Frigidarium- Ambiente frio com banheiras ou tanques de água fria.
Caldarium- Camâra para banhos quentes em piscinas ou tanques.
Sudatorium- Câmara com vapores (espécie de sauna).
No
Caldarium, pintado por Pedro Weingartner em 1900. Após o banho, haviam
massagens com óleos perfumados e ungüentos especiais, importados
principalmente do Oriente e do Egito, entre os quais a mirra e óleo de
amêndoas.
Ruínas
do Tepidarium, Termas Estabianas em Pompéia. O Tepidarium das Termas
Estabianas era coberto por uma abóboda semicircular de madeira,
enfeitada com relevos de estuque, em formato circular com pequenos
nichos quadrados, separados uns dos outros por cariátides
Il Tepidarium pintado por Théodore Chassériau.
Pompeianas
no Frigidarium, pintado por Pedro Weingartner 1897. Era a última das
etapas nos banhos públicos. Depois de terem os banhistas, os poros
abertos com os banhos quentes do Tepidarium e do Caldarium, a imersão no
tanque do Frigidarium servia para fechar os poros e finalizar o banho.
Ruínas
de um dos tanques nas Termas Estabianas em Pompéia. Os primeiros banhos
nasceram em locais onde era possível explorar as nascentes naturais ou
águas mornas com poderes curativos especiais. Ao longo do tempo,
especialmente na roma imperial. Os termas se espalharam pela cidade
depois do aperfeiçoamento de técnicas de aquecimento da água.
Ruínas da fonte decorativa no Caldarium, Termas Estabianas. O Caldarium era aquecido por uma braseira abaixo do piso oco.
Strigils
and Sponges, 1879, pintado por Alma Tadema. Os Strigils eram
frequentemente utilizados em banhos romanos. O Strigil era uma pequena
ferramenta curvada metálica. Muito utilizada na Grécia antiga e Roma
para raspar a sujeira e o suor do corpo antes dos eficazes sabões se
tornaram disponíveis. Primeiro, óleo perfumado era aplicado à pele, para
depois ser raspado junto com a sujeira. Para as pessoas mais ricas,
esse processo era muitas vezes feito pelos escravos.
Ruínas
do Frigidarium do Termas Estabianas em Pompéia. O Frigidarium era uma
câmara no Thermae romano onde eram tomados banhos em água fria ou
gelada. O Frigidarium poderia ter uma forma redonda como o Terme
Stabiane em Pompéia ou mais freqüentemente, retangular, com um ou mais
tanques (piscinae) de água fria.
Assim,
os romanos elevaram o ato de tomar de banho a status de ritual
artístico, e seus Thermae refletiam esses avanços fisicamente. O Thermae
romano incluía um ritual muito mais complexo do que um processo de
simples imersão ou transpiração. As diferentes etapas do banho-ritual
(despir-se, banhar-se, transpirar, receber massagem e descansar)
tornavam necessária a construção de câmaras separadas por funções para
cada etapa do banho.
Ilustração
didática de um Thermae público na antiga Roma. Frequentar o Thermae,
diariamente, fazia parte da vida social na antiga roma. Os banhos
públicos eram lugares onde os romanos podiam práticar esportes, fazer a
higiene pessoal, realizar negócios. Os banhos eram um lugar de
socialização, de desenvolvimento de atividades para mulheres e homens
que iam tomar banhos de imersão e conversar. Como hoje em dia, em um
clube.
O
design dos banhos romanos continham notáveis características
arquitetônicas. Cada homem rico trazia seu próprio escravo que lhe
atendia em toda a sequência de banhos. o Thermae, normalmente, tinha
três entradas: uma para homens, uma para mulheres e outra para escravos.
Os
Thermae frequentemente continham um pátio, ou Palaestra. A Palaestra
que era um jardim ao ar livre utilizado para exercícios físicos. Em
alguns casos, a Palaestra era construída em um pátio no interior do
Thermae, e em outros casos a Palaestra ficava ao lado de fora. Quase
sempre uma colunata delineava as bordas da Palaestra.
Reconstrução
virtual: Termas Romanas em Segóbriga, Espanha. As maiores termas
possuíam várias câmaras e salas com funções específicas. O design podia
variar, mas geralmente as termas tinham um pátio central para
exercícios, rodeado por um pórtico, com as câmaras para banhos ao seu
redor.
Reconstrução
virtual: Termas Romanas em Segóbriga, Espanha. Após o exercício ou o
banho de piscina, os banhistas circulavam pelos quartos de banho: do
morno Tepidarium, com paredes e pisos aquecidos, ao Caldarium com sua
piscina quente, e a gelada piscina do Frigidarium. Eles também podiam
usar o Sudatorium ou receber massagens dos escravos.
Divisões de um Thermae na Antiga Roma:
Apodyterium: Era
a entrada dos termas romanos. Serviam como vestiários. Era sempre a
primeira camâra, logo após ao pórtico da entrada. Nesta câmera o
banhista se despia e guardava suas roupas, sempre vigiadas por um
escravo.
Tepidarium: Câmara de temperatura morna que preparava ao banhista para o banho de água quente.
Sudatorium: Câmara com vapores, parecida com a sauna moderna (sala de transpiração).
Palaestra: Patio central para o qual se abriam todas as demais câmaras e era usado para exercícios físicos.
Tabernae: Lojas adjacentes às câmaras de banho, onde se vendiam bebidas e comidas.
Caldarium: Banhos
de água quente. Era uma camâra luminosa e enfeitada. As grandes termas
tinham inclusive piscinas, onde se podia nadar. Em termas menores, o
banho era feito em banheiras ou tanques de água quente.
Frigidarium: Camâra
destinada aos banhos de água fria. Em grandes termas o frigidarium
podia ser descoberto e incluía entre suas instalações uma grande piscina
onde se praticava natação (Natatiae).
Laconicum: Câmara seca.
Hypocaustum: Sistema
de aquecimento sob o pavimento, em que o ar aquecido das fornalhas
circulava através de tijolos perfurados, e daí espalhavam calor no
interior das paredes.
Praefurnium: Local das fornalhas subterranêas que aqueciam o ar e a água das banheiras
An
Apodyterium, pintado por Alma Tadema. Os banhos romanos abriam ao meio
dia e fechavam ao pôr do sol. Nos lugares destinados às irmersões,
haviam câmaras separadas para homens e mulheres; se não haviam câmaras
separadas, o estabelecimento abria umas horas ao dia para mulheres e
outras para homens, e só uma vez ao ano as termas eram abertas ao povo.
Em algumas ocasiões, durante o Império, permitiu-se o banho conjunto a
homens e mulheres.
Os
Thermae repúblicanos tinham instalações de banho separadas para homens e
mulheres, mas durante o primeiro século depois de Cristo, o banho misto
era comum. No entanto, a separação entre homens e mulheres foi
restabelecida pelo Imperador Adriano.
A
área reservada as mulheres era geralmente menor do que a área dos
homens, por causa do menor número de freguesas. Paredes sólidas e
localização em lados opostos, separavam o espaço masculino e feminino, e
garantiam a privacidade.
A
separação dos sexos e as adições de atividades não diretamente
relacionadas ao banho (ginástica, leitura etc) também tiveram impactos
diretos sobre a arquitetura dos banhos. O ritual do banho romano e sua
elaborada arquitetura serviram como precedente para instalações
balneáreas européias e americanas.
O
declínio do Império Romano no Ocidente, a partir de 337 d.C., depois da
morte do imperador Constantino, obrigou as legiões romanas abandonar
suas províncias periféricas e deixar os banhos serem assumidas pela
população local ou destruídos.
Ruínas
das Termas públicas romanas em Bath, Inglaterra. A ruptura do telhado
original, causou a proliferação de algas. A estrutura de colunas acima
do nível das bases é uma reconstrução posterior.
Ruínas
do Frigidarium das termas romanas de Caesaraugusta, Espanha. Este
Natatio era decorado com motivos florais e revestido com placas de
mármore nos pisos e paredes.
Como ficou colorida esta postagem não é mesmo ? Mas nem de longe tão colorida quanto a casa de um patrício...
Continuando a nossa conversa, vamos falar também um pouco a respeito dos espaços do comércio nas cidades romanas.
OSTIA
Localizada na boca do rio Tibre.
Funcionou como porto da antiga Roma.
Podia
acomodar até 200 embarcações.
Seu perfil urbano trazia grandes armazéns, lojas e
cantinas.
Cada loja era identificada com um mosaico em preto e branco,
marca registrada de Ostia.
Por causa das limitacoes de Ostia, um novo porto foi
construído na margem direita do rio tibre, o "Portus Augusti".
Ambos os portos recebiam o mesmo tipo de produto: vinho,
azeite, materiais de construcao, tecidos, etc.
O mercado de Trajano
Após
o Fórum de Júlio César e do Fórum de Augusto, mais tarde imperadores também
construiram mais extensões para o Fórum Romano(espaço de comércio), para dar
mais espaço para os negócios. O imperador Trajano construiu um novo fórum por
volta do ano 100 d.C.
No
fórum, entre duas bibliotecas que não estão mais lá (uma para livros em latim e
outro para livros gregos), situou-se coluna de Trajano.
Na
parte de trás do seu fórum, construído contra a lateral de uma colina, Trajano
construiu também um monte de lojas. Esta não era uma idéia nova - Júlio César
tinha lojas em seu fórum também, cento e cinqüenta anos antes. Mas o arquiteto de
Trajano, Apolodoro, construiu um shopping espetacular, em vez de apenas uma
fileira de lojas.
O Fórum
No
centro da maioria das cidades romanas havia um grande
espaço aberto chamado “Fórum”. Pessoas se reuniram ali para fazer
negócios, vender coisas e comprar, para ver seus amigos, para
saber mais sobre as notícia de terras distantes e conquistas, e até
mesmo para ir à escola. Normalmente, o Fórum teve pavimento
de pedra, e em seu entorno templos, basílicas e, às vezes, lojas
(lojas). Em algumas cidades, o Fórum teve uma plataforma disposta
nele para que as pessoas pudessem fazer discursos. Esta
plataforma foi chamada de "Rostra".
Pouco
a pouco, homens ricos da cidade foram adicionando ao Fórum estatuas e
ornamentos, como demonstração de poder e influência. Até o governo de
Júlio César o Fórum estava bem cheio.
Vestígios do Fórum de Júlio César
Mas ainda não havia espaço. Então no governo de Otávio Augusto, foi construído um outro Fórum ao lado do de Júlio César.
Anfiteatros
A
maioria das pessoas já ouviu falar do Coliseu, em Roma, mas havia muitos outros
anfiteatros em todo o Império Romano. As primeiras lutas de gladiadores, na
época etrusca, realizavam-se em qualquer lugar plano perto de uma colina, de modo
que as pessoas podiam sentar-se na encosta e assistir as lutas sendo realizadas
sobre a área plana. Mas nem sempre há uma colina conveniente assim, então em
pouco tempo, cerca de 300 a.C., os homens ricos e prefeituras começaram a
construir anfiteatros de madeira para as pessoas para se sentar, como colinas
artificiais, ou como os construidos para eventos em feiras ou festivais de
hoje. Eles foram chamados anfiteatros, porque eles foram construídos como teatros
um de frente para o outro.
Nos
últimos anos da República Romana, no entanto, havia muitas lutas de gladiadores
e as pessoas se cansaram de arma esses anfiteatros de madeira e ter que
desmonta-los depois. Grandes cidades começaram a construir anfiteatros
permanentes de calcário e mármore. Os primeiros anfiteatros de pedra não foram
construídos em Roma, mas em Pompéia e outras pequenas cidades na Itália.
No
tempo do Império Romano, quase todas as cidades de mais de alguns milhares de habitantes
tinham o seu próprio anfiteatro de pedra,e era assim em todo o Império Romano
da Síria para Espanha e da Inglaterra para a Tunísia. Muitos deles ainda estão
de pé (pelo menos parte delas ainda está de pé) ainda hoje, e você pode ir
visitá-los.
Muitos
anfiteatros romanos foram construídos fora de Roma. Esta imagem abaixo é do
anfiteatro de El Djem na Tunísia (África do Norte), um dos maiores anfiteatros
que ainda resta hoje. O anfiteatro era suficientemente grande para conter muito
mais pessoas do que as que viviam na cidade de El Djem: os agricultores
costumavam vir do campo todas as férias para ver os espetáculos de gladiadores
e execuções .
Anfiteatro de El Djem
Anfiteatro de Selinunte (Sicilia - Itália)
Esses
anfiteatros continuaram a ser usados até por volta do ano 300 d.C., quando muitos
romanos se converteram ao cristianismo e os bispos cristãos começaram a pregar
que as lutas de gladiadores estavam erradas. Isto foi em parte porque os
anfiteatros tinham sido usados também para executar prisioneiros cristãos,
pessoas que tinham sido condenados por praticar ilegalmente o cristianismo,
como São Paulo. E foi em parte também, porque tradicionalmente gladiadores
lutaram em honra dos deuses romanos.
Aquedutos
Como
as cidades romanas ficaram maiores no decorrer da República Romana, ficou muito
difícil para as pessoas que viviam nas cidades para ter acesso a água. Porque
esgoto era lançado nas mesmas águas que serviam de fonte para a população
muitos adoeceram. Os governos locais, em primeiro lugar na cidade de Roma e
depois em outras partes do império crescente, decidiram construir canais de
pedra longos para levar água limpa a partir de colinas próximas às cidades.
Este é um aqueduto da cidade de Roma:
Estes
foram chamados aquedutos, a partir da palavra latina para água (aqua) e da
palavra latina para o canal (ducto). No tempo do Império, a maioria das cidades
romanas tinham pelo menos um aqueduto para trazer água fresca, e grandes
cidades como Roma tinha 10 ou mais.
O
aqueduto de Nimes, no sul da França (Pont du Gard)
Estes
aquedutos eram um grande desafio para construir. A engenharia tinha que ser
apenas para a direita a fim de obter a água a correr através dos canais e
chegar à cidade, sem estagnar no canal ou vindo rápido demais para a cidade.
Eles tinham que manter a inclinação da mesma o tempo todo, por isso às vezes os
aquedutos tiveram que correr em altos arcos, e outras vezes ao longo do
terreno, em canais de pedra, ou mesmo sob a terra em túneis.
Os
engenheiros romanos construíram aquedutos em todo o Império Romano, da Síria
para a Inglaterra. Todas as cidades romanas praticamente tinham água potável a
partir desses aquedutos. Mas nas aldeias, onde a maioria dos romanos viviam,
não havia aquedutos, e muitas vezes as pessoas bebiam água suja do rio mais
próximo, e muitas mulheres e crianças passavam horas todos os dias no
transporte de água do rio mais próximo vasos de barro.
Os
aquedutos continuaram a ser usados até o ano de 400 d.C., quando a queda do Império Romano na
Europa Ocidental fez com que a maioria das cidades ficassem muito menores, sendo
assim capazes de obter água suficiente a partir de poços.
Basílica
Quando
os romanos tinham qualquer atividade que queriam fazer em grupos, mas
protegidos do tempo, eles geralmente se reuniram em uma basílica.
O
interior de uma basílica era basicamente muito parecido com uma igreja cristã
moderna ou uma catedral medieval: um grande salão com colunas ao longo dos
lados para fazer corredores. Às vezes, eles construiam uma plataforma elevada
em uma extremidade para as pessoas importantes. O piso da Basílica Aemilia foi
construído de diversos tipos de mármore, que vieram da Numídia e Egito na
África, da Grécia, e assim por diante, para mostrar todos os lugares diferentes
que o Império Romano dominava.
Dentro
da basílica, os juízes ouviam processos judiciais, ou os políticos faziam
discursos, ou às vezes ainda, os professores realizavam aulas. Lá fora, nos
degraus da basílica, as pessoas vendiam comida.
Templos
Como
os egípcios, os cartagineses, os gregos e os etruscos, antes deles, os romanos
construíram muitos templos para seus deuses. Um dos primeiros edifícios que
conhecemos em Roma é o Templo Capitolino, que foi construído no topo da colina
do Capitólio sob os reis de Roma. Era um templo de três deuses, Júpiter, Juno e
Minerva. Mas o templo foi completamente destruído, e apenas pequenos pedaços
das fundações são ainda encontrados
hoje.
Vestígios do Templo de Marte construído próximo do Fórum de Augusto
Constantino
se converteu ao cristianismo em 312 d.C.,e com isso, as pessoas praticamente
pararam de construir templos e começaram a construir igrejas em seu lugar.
Muitas vezes, eles derrubaram templos antigos para usar o mármore para as novas
igrejas. A maioria dos templos romanos que ainda estão de pé hoje sobreviveram
porque foram transformados em igrejas cristãs.
Templo de Antonio e Faustina
O Panteão
Panteão de Adriano
No
tempo do imperador romano Augusto, no ano 10 d.C, um de seus generais, um homem
chamado Agripa, construiu um templo no centro de Roma dedicado "a todos os
deuses” (pan = tudo, = theon dos deuses, em grego).
Uma
curiosidade a respeito do Panteão é que, o primeiro foi sofreu um grande
incêndio, durante o reinado de Tito, no ano 80 d.C. Domiciano construiu um novo
templo lá, e que acabou incendiado também. No ano 120 d.C., Adriano construiu
um terceiro templo lá em um estilo mais moderno. Este é o templo que temos até hoje.
Mas para honrar Agripa, Adriano deixou uma mensagem sobre a porta dizendo que
Agrippa tinha construído o templo, como você pode ver na imagem que abre este
trecho de nossa postagem.
Do
lado de fora ele realmente não parece muito impressionante. O Panteão é
construído como um templo grego na frente, com oito colunas em toda a frente
como o Parthenon, e um frontão em cima disso.
Mas
no interior do Panteão há uma grande cúpula. A maior cúpula já construída no
mundo até aquele momento - 43 metros de diâmetro (142 metros), e 43 metros do
chão ao topo da cúpula.
Impressionante não é mesmo ? Quer ver melhor ? Veja o vídeo logo abaixo:
Em
comparação com outras imagens que vimos até aqui, o Panteão esta muito
bem conservado não é mesmo ? Isto se explica pelo seguinte...
O
imperador romano Phocas deu o prédio para os Papas em 609 d.C., para servir
como igreja cristã, e os Papas, desde então, tem cuidado muito bem dele.
Imperador Phocas
Senado
A
primeira casa do Senado Romano, de acordo com historiadores romanos, foi construído
antes mesmo de haver formalmente um Senado, por um dos reis de Roma, Túlio
Hostilius(veja postagens anteriores nossas, para saber mais ou lembrar-se do
período monárquico em Roma). Foi no Fórum Romano, perto de alguns lugares
sagrados antigos, onde as pessoas sentiram perto de deuses poderosos.
Curia ou Casa do Senado construída por Diocleciano
Mais
tarde os romanos derrubaram o edifício do primeiro Senado para dar espaço para
um novo fórum, e assim no governo de Júlio César começou a construção de uma
nova casa do Senado. Depois que os outros senadores conspiraram e assassinaram
Júlio César em 44 aC, o seu sobrinho Augusto dedicou a nova casa do Senado para
a memória de Júlio César.
Quando
o edifício foi destruído por um incêndio na por volta do ano 200 d.C., o
imperador Diocleciano construiu uma nova casa com toda a modernidade de seu período.
Esta é a casa do Senado que ainda está de pé até hoje. É ainda no mesmo lugar,
no Fórum Romano.
O
mármore colorido usado no chão do Senado de Diocleciano veio de diversas partes
do Império Romano, para mostrar que o Senado controlava tantos lugares
diferentes e era muito poderoso.
A
casa do Senado também teve grandes portas de bronze. Um dos papas mudou as
portas para uma igreja em Roma, mas elas ainda são as mesmas portas.
O
Senado reuniu-se neste edifício por mais de 300 anos depois que ele foi
construído, mas quando o governo romano se mudou para Constantinopla,o Senado
gradualmente parou de reunir (a última reunião registrada foi em 580 d.C.). A
casa do Senado ainda está em muito boa forma, hoje, com um telhado sobre ela,
porque assim como o Panteão, o imperador Phocas deu aos Papas para se
transformar em uma igreja cristã no início de 600 d.C. e Papas cuidaram muito
bem do espaço.
Quanta
coisa não é mesmo ? E que cenários lindos para se visitar ! Ponha como
meta em sua vida que este mundo é do tamanho que você quer que ele seja e
quem sabe você não irá me escrever no futuro contando como foi sua
viagem a todos estes sítios arqueológicos. Até a nossa próxima postagem !